Lembre-se que você é mortal. Inicio o primeiro post do blog com o fim de todos nós: a morte. Apesar disto, não tenho a intenção de fazer desta uma reflexão melancólica. Ao contrário, pretendo utilizar o tópico construindo o raciocínio do porquê deveríamos sempre nos lembrar de nossa mortalidade.
O tema pode ser duro para alguns (para mim, é). Mas, gostemos ou não, é um fato, e como fato, precisa ser encarado com sabedoria e transparência para que possamos conviver com a morte ao nosso lado, a todo instante, de modo a não desperdiçar o recurso mais precioso que temos.
Sim, estou me referindo ao tempo. Como o tema é duro, é um assunto que dificilmente se encontra presente em nosso cotidiano. Desta forma, inconscientemente nos esquecemos de nossa mortalidade, de modo que tomamos decisões que constantemente nos levam a caminhos que não gostaríamos de ir/estar. Outras vezes, nos deixamos levar pelos sonhos de outras pessoas, vivendo causas que não são nossas, na tentativa de não desagradar alguém.
Aqui gostaria de fazer um profundo pedido: não viva uma causa que não é sua/não sirva a um propósito que não seja seu! Por conseguinte, há a necessidade de identificar sua(s) causa(s) e razões existenciais, de modo que você encontre sentido ao emprego do tempo em suas atividades rotineiras. Tire o tempo que precisar para isto e tome cuidado com manipulações oriundas de outros interesses (aqui aproveito para indicar o livro “A Única Coisa” – vide referências).
Encontrar sentido para a vida não é uma tarefa trivial, mas não devemos/podemos nos lamentar por causa disso. Ao contrário, precisamos agradecer por estarmos cientes deste fato real ainda em “tempos de mudanças“, e agir com maturidade e auto-transparência (transparência com seu eu interior).
Como eu sei que estamos em “tempos de mudanças”? Simplesmente pelo fato de você estar lendo este texto. Se você ainda estiver aqui, significa que está vivo. Por consequência, ainda em tempo de fazer o que é preciso para que você seja feliz!
Alguns de vocês podem lamentar com um “estou velho demais para isto”. Balela. Enxergo como desculpas de quem não quer sair de sua zona de conforto, e em troca disso fornece sua vida para viver algo muito aquém do que tem potencial para viver (indico aqui a leitura de “Can’t Hurt me”). Você pode encontrar um meio, ou encontrar uma desculpa: sempre dependerá de suas escolhas/não escolhas (uma não-escolha é escolher não fazer nada). Como exemplos, vários idosos +90 anos, correndo atrás de seus sonhos, se graduaram (basta “googlar” “idoso graduou”).
Não posso deixar de mencionar Viktor Frankl, pai da Logoterapia e autor do livro “Em Busca de Sentido”, fortemente recomendado a você, leitor. Viktor foi um judeu preso em Auschwitz (junto com sua mulher grávida, cada um enviado para um campo de concentração distinto), encontrando sentido para viver quando não sabia qual, quando e em quais quantidades seriam sua próxima refeição. E, apesar de ter saído de lá debilitado fisica e emocionalmente (além da esposa e filho, perdeu pais e irmão), “velho” (saiu de lá na casa dos 40 anos), escolheu buscar seus sonhos usando os “tempos de mudanças” anteriormente mencionados. Isto fez com que ele se tornasse um dos principais autores em sua área, com vários artigos e livros publicados, tenha se tornando referencia em psicologia. Isto não teria acontecido se ele ficasse lamentando (“estou velho demais”, “estou machucado demais” ou outros bordões de quem procura desculpas para ficar na zona de conforto) ao invés de agir.
Ao contrário do que acontece no game “To the moon” (isto não é spoiler, não se preocupe), não há como refazer nada do que já foi feito, vivendo “outra vida”. Mas podemos usar ainda o tempo que nos resta para buscar aquilo em que acreditamos, que nos é importante. Não venda seu tempo a troco de banana, nem a troco de likes e discussões inúteis em redes sociais. Use-o com sabedoria, e lembre-se:
Memento Mori, Memento Vivere.
Samir Martins
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CONTEÚDO ADICIONAL
Músicas para ouvir enquanto se lê o artigo:
- Rebirth (Angra)
- Under Pressure (Queen)
- Tonight, Tonight (Smashing Pumpkins)
- Tempo Perdido (Legião Urbana)
Livros que inspiraram o artigo:
- Em busca de Sentido – Viktor Frankl
- Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes – Stephen Covey
- A única coisa – Gary W. Keller e Jay Papasan
- Can’t Hurt me – David Goggins
Indicações de jogos sobre o assunto
- “To The Moon” e suas sequências (“A Bird Story” e “Finding Paradise”)
- Zelda: Breath of the Wild